quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Correr muito ou pouco ou a vantagem de ser lento

Hoje apetece-me brincar com as palavras pois estas são entidades que podem e devem ser brincadas e não sujeitas a uma rigidez que não se compadece com a diferente carga que podem transportar ou o diferente ponto de vista consoante o prisma por onde são observadas.

Vamos pegar num atleta de pelotão daqueles que correm lá mais para trás, eu, e vamos pegar num colega meu, um daqueles que calça uns ténis, veste uns calções e camisola e começa a dar às pernas, por exemplo o Zersenay Tadese actual recordista mundial da Meia-Maratona, tempo alcançado na nossa capital. Uma comparação justa, não acham?!?
Pois o melhor tempo do Tadese numa Meia é na casa dos 58 minutos e o meu no da 1.56. Quem corre mais rápido? Hum... depois duma análise profunda chego à conclusão que é o Tadese que corre muuuuiiiito mais rápido do que eu. Quanto mais rápido? Exactamente o dobro!
Se já vimos quem é mais rápido, vamos agora descobrir quem corre muito ou pouco. O Tadese despacha uma Meia em 58 minutos, correndo assim pouco tempo. Eu, a demorar quase 2 horas, corro muito tempo. Por outras palavras, o Tadese corre pouco e eu é que corro muito! Alguém diria?

E para analisar o custo/benefício, peguemos no exemplo duma das nossas habituais corridas de 10 quilómetros. A inscrição foi, digamos, 5 euros. Os primeiros despacharam-na em meia-hora. Nós, depois de nos esfalfarmos para fazer um tempo nos 50 e pouco, chegamos e já os primeiros têm o duche tomado. Mas quem aproveitou mais tempo de corrida?
É como uns terem direito a uma semana de férias e outros, pelo mesmo preço, terem quase duas.

Em conclusão, os que corremos lá atrás aproveitamos muito mais a corrida porque corremos muito e os campeões correm pouco.
E digam lá se este ponto de vista é ou não é imbatível?
Ou haverá outro?!?

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