domingo, 30 de outubro de 2011

Almeirim - Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada

4 ao Km em peso em Almeirim

Almeirim festejou condignamente a sua 25ª edição com um evento de luxo que contou para a Taça dos Cubes Campeões Europeus de Estrada, razão que obrigou os 20 Kms a passarem para Meia no sector masculino e diminuírem para 15 no feminino.

Hermano Ferreira da Conforlimpa venceu pela 3ª vez consecutiva a edição desta taça, cortando a meta no tempo de 1:02.55, 26 segundos à frente de Youssef el Kalai e 1.02 sobre José Rocha, com Manuel Damião em 4º, todos estes 3 atletas do Maratona. Seguiu-se em 5º Euclides Varela, novo reforço da Conforlimpa, com Fernando Silva em 6º fechando vitoriosamente a equipa para o Maratona, 15 pontos, 9 à frente da Conforlimpa.
Estas duas equipas contam com 18 vitórias em 24 edições desta taça, 10 agora para o Maratona e 8 para a Conforlimpa, com o Benfica a contar 5 triunfos (nas 5 primeiras edições), o que perfaz 23 vitórias nacionais em 24 possíveis. A única vez que escapou a Portugal foi em 1993, onde estranhamente o Benfica prescindiu de participar (!), aproveitando os italianos do PAF Verona para ganhar.
De registar ainda que o Maratona e a Conforlimpa dividem os dois primeiros lugares há 7 edições consecutivas!

No sector feminino, 2ª vitória consecutiva para Dulce Félix, a uma semana de participar na Maratona de Nova Iorque, registando 51.01 e 13 segundos sobre Ana Dias e 18 de Leonor Carneiro, sendo seguidas por Mónica Silva e Anália Rosa, as 5 atletas do Maratona que monopolizaram os 5 primeiros lugares. Do 6º ao 11º classificaram-se as 5 atletas do Braga com uma irlandesa de permeio em 9º.
Aqui também, dupla portuguesa colectivamente neste ano, sendo que em 25 edições já disputadas o Maratona leva 8 triunfos, Braga 7, Lutch (Rússia) 5, Fiat Sud Fórmia (Itália) 2, e com 1 vitória, o Pasteleira, Asu Bron (França) e ASC Moscovo.
16 vitórias portuguesas em 25 possíveis.

Após 465 participantes em 2009 e 623 em 2010, este ano contabilizaram-se 889 atletas, dos quais 78 femininas (8,8%)
Seguiu-se a habitual e famosa confraternização à volta da Sopa da Pedra.

Sobre a minha prova, algo de muito estranho aconteceu e que nas anteriores 190 corridas que já efectuei nunca tinha sucedido. Já tive várias quebras durante provas e reconheço-as bem. Começo a sentir cansaço que vai aumentando progressivamente. Pois o que aconteceu hoje diferiu disso em absoluto. Num segundo estava óptimo, no segundo a seguir caiu-me o mundo em cima. Passo a explicar.
Desde início que impus um ritmo muito certo e confortável, quase parecendo um relógio suíço na exactidão de cada quilómetro. A média era para uma marca final de 2.00/2.01, o que poderia ser a minha 3ª melhor Meia, apenas atrás das duas de 1.56, mas não me preocupava com tal facto. Apenas limitar a rolar daquela maneira. Lá para os 19, se fosse necessário apertava, até porque iria chegar lá com forças pois ia, como já referi, confortável.
Falava a uns companheiros, incentivava outros que cruzava e assim cheguei a perto dos 16.5, para ser mais exacto aos 16.430 (esse momento nota-se bem no registo do GPS), chegando aí com força, energia e boa disposição. Nessa altura, e de repente, num segundo, sou invadido por um cansaço brutal, um peso nas pernas e tronco, respiração muito cansada e seco de qualquer força. O choque foi tal que parei mesmo e andei uns 200 metros, até readquirir o passo de corrida, mas a uma média até ao final superior a (imaginem!) os 7 minutos.
Cheguei completamente esgotado (2:08.49), só me apetecia estar deitado, com o banho não melhorei, a comer a sopa da pedra tive que me ir sentar e isto sem entender patavina do que se possa ter passado.
Chegaram a perguntar-me se andava a treinar muito ou pouco, mas a minha resposta esclarecia. Se fosse isso, ia sentindo-me gradualmente cansado e não estilo tiro e queda.
Francamente estou apreensivo pois não consigo compreender o que possa ter sido. Se fosse numa altura de grande forma e chegar a uma corrida e correr desde o início muito mal, percebia, acontece a todos haver dias assim. Mas este estilo de coisa, não. E é exactamente essa a minha preocupação por não entender e estar a duas semanas da Nazaré.

Classificações:

Taça dos Clubes Campeões Europeus:

3 comentários:

  1. Novamente um excelente trabalho jornalístico do mais alto nível e a pagina do histórico das provas está cada vez melhor!

    Bem quanto ao que te aconteceu lá que é estranho isso é.
    O que tu descreves é o que pode acontecer no chamado "muro" na maratona mas isso é depois dos 30 quilómetros!
    O que descreves encaixa, perfeitamente, numa maratona só que na mesma muitas vezes a situação melhora mas nem sempre.
    Ao que julgo saber na maratona essa situação tem a ver com o esgotamento das reservas do organismo, nomeadamente dos hidratos de carbono que é primeira fonte de energia que o nosso organismo utiliza numa corrida de fundo e a primeira que se esgota.
    É por isto é que há treinadores que aconselham o treino longo semanal de duas horas em jejum como fundamental para a maratona no sentido de treinar o organismo para situações semelhantes ao que vai acontecer durante os mágicos 42,195 km.
    Agora acontecer-te isso aos 16,5 km é mesmo estranho!
    Já reviste bem a alimentação feita nos dias antes da prova e o pequeno almoço no dia da mesma?
    Teria havido alguma modificação do ponto de vista alimentar a provocar isso?
    Teria sido algum desgaste de stress (mas nesse caso o normal era ou começares logo mal ou ser gradual e não de repente).
    Enfim procura ver nos treinos se isso te passou e se não chegares a conclusão nenhuma e te voltar a acontecer o mesmo convém veres com está a "maquina" e ires a uma "revisão".
    Espero que tenha sido só algum daqueles "fenómenos" para os quais nunca encontramos explicação.
    Abraço.

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  2. Olá João

    Penso como o Jorge, que a quebra deveu-se à falta de hidratos de carbono que acabou exatamente quando mais falta fazia, nos últimos 5 km.

    Tomando a proporção da maratona, quando o 'muro' nos aperta aos 32 km falta-nos exatamente o dobro dos km que te faltavam quando se deu a tua quebra nesta meia-maratona.


    Caso não hajam outros motivos, agora para a meia da Nazaré (estarei lá), faz uma alimentação rica em hidratos (não te esqueças que o sal também é importante) a partir da quinta-feira até sábado à noite e vê os resultados.

    Até lá, haja saúde e bons treinos!

    Abraços!

    Almeirim

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  3. João, o "muro" das Maratonas que se pode (ou não) encontrar pelo km 30 e tal... para mim na Meia, esse "muro" está precisamente pelo km 16 ou 17. Só o senti 1 única vez, mas bem definido, assim como o descreves, e daí até À meta foi sempre a piorar, arrastando-me. Foi já há uns anos e a razão foi simplesmente uma grande falta de preparação. Treinos de pouco mais de 30 ou 40 minutos e depois por-me a fazer uma Meia aos ritmo desses treinos. A coisa foi andando "muito bem" até ao km 16, e aí..o muro levantou-se e não o consegui ultrapassar. Foi duro... e difícil. Acho que foi a minha pior quebra, apesar de ter conseguido chegar ao fim, mas só eu sei como...

    Espero que não seja nada mais grave que isso, e até à Nazaré talvez

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