domingo, 26 de março de 2017

Na Corrida ISCPSI/APAV a alcançar o meu segundo sub50!

A turma antes de palmilhar para a partida debaixo de "alguma" chuva (eu, Aurélio, Isabel, João Branco, Isa e Vítor)  

Quem leu o artigo anterior, o da Ponte, deve ter notado que a minha primeira corrida, a Mini da Ponte, disputei-a a 26 de Março de 2006.

Assim, e já que estou numa onda de comemorações (e ainda irá acontecer outra no domingo mas essa diferente), faz hoje 11 anos a minha primeira corrida. Em simultâneo, estreei os ténis novos. E o que posso dizer?

(espaço reservado para muitos gritos de alegria!)

Exacto, estou extremamente feliz pois realizei uma grande corrida que culminou com o meu segundo sub50 em 3 meses e meio. Após uma luta de 10 anos para conseguir 1, eis que já tenho 2!

Para o alcançar, as condições não foram fáceis. Lembram-se de referir na semana passada que esteve muito calor e sol? Pois o São Pedro não gostou da dita referência e, catrapumba!, toca de enviar muita chuva e muito frio que é para aprender.

Como a partida e a chegada distam entre si, e como é habitual, deixei o carro junto à chegada para palmilhar os 2 quilómetros e tal até à partida. O que costuma ser um passeio agradável, vestiu-se hoje duma enorme molha. O que me valeu foi o Afonso Tam que me emprestou um saco, já com os buracos feitos para a cabeça e braços. Obrigado Afonso!

O nosso grupo, o da foto inicial deste artigo, lá fez o que foi possível para chegar à partida feitos uns pintos.

Aí, pudemos estar dentro do pavilhão, inclusive às voltas a correr para aquecer. 
Foi a minha 7ª presença nesta prova e, uma constante nela, é a simpatia de todos os que a organizam e que apenas pretendem satisfazer o melhor possível os atletas. 
Além do fundo solidário para uma causa tão nobre como é a APAV, é sempre um prazer participar nesta prova.

Preparados para a partida, com os casais Nuno/Cristina, Irís/Jaime
Dada a partida, foi questão de tentar perder o mínimo tempo no primeiro quilómetro mas não começar rápido demais para não pôr em causa o tempo final. 
Sim, tinha um objectivo e era tentar baixar novamente dos 50 minutos, após os fantásticos 48.42 no Grande Prémio de Natal em Dezembro onde coloquei uma pedra final nessa obsessão que durava 10 anos.
Nem pensar em poder bater esse tempo mas seria uma grande felicidade em repetir a sensação de baixar novamente dos 50. Não ia ser nada fácil mas toca de tentar. "Se rebentar, rebentei, não há problema", era o lema. 

Primeiro quilómetro em 5.29, segundo em 5.13, sensações boas, altura de correr atrás do prejuízo. Entrei então num período extremamente regular de 6 quilómetros, como se pode ver parciais por cada km: 4.58, 4.58, 4.59, 4.58, 4.59, 5.00 (apenas 2 segundos de diferença, estilo relógio suiço)

Faltavam 2 quilómetros e sentia-me com força para ir tentar. Nono quilómetro em 4.49 mas estava a 4.37 dos 50. Altura de não pensar, apenas dar tudo por tudo. Mas ainda deu para gritar um incentivo pois cruzei-me com a Isa e Vítor e vi o tempo especial que iam a realizar.

Os últimos duzentos metros foram muito sofridos! Não pelo cansaço mas por parecer que, por um lado o relógio voava em direcção aos 50, por outro a meta não chegava.

A meta estava agora à frente, dar o tudo por tudo, olhar ansiosamente para o relógio e... 49.58!!!! Ufa!!!! (último km em 4.35)

A festejar na meta com o Nuno Sentieiro (a quem agradeço esta foto e a anterior)
Fiquei então na meta a aguardar pela chegada da Isa e Vítor que estavam quase a terminar e... grande alegria! A Isa depois explica no seu blogue o que foi :)

Curiosamente, não me sentia especialmente cansado. Completamente encharcado e com frio isso sim...

Quando alcancei os 48.42 em Dezembro, dizia por piada que tinha sonhado 10 anos com o minuto 49 e nem ao 49 tinha chegado. Agora já tenho uma marca nos 49.

Tudo gente feliz com a sua prova :)
Sei o que tenho treinado, sei todo o esforço que tenho feito mas não deixo de surpreender-me com tudo o que tenho alcançado neste último ano. São valores que nunca imaginei.
Há que continuar a aproveitar a onda! :)

Próximo domingo, vou buscar o meu 9º sino à mítica Corrida dos Sinos em Mafra.



domingo, 19 de março de 2017

Ontem fez 10 anos a minha 1ª Meia, hoje concluí a minha 50ª (e bem comemorada!)

Vitor, Isa e eu preparados para "derreter" alcatrão

26 de Março de 2006 



Participei na minha primeira corrida. A Mini da Ponte onde corri os cerca de 7.200 metros do tabuleiro aos Jerónimos.
Dois dias antes, um colega perguntou-me se ia à Mini ou Meia. Respondi Mini, acrescentando convicto "Meia não faço nem nunca farei!". Na realidade via os 10 km como o máximo dos máximos que alguma vez chegaria e mesmo assim não seria fácil. No entanto estranhei ao ver os atletas que iam correr a loucura de 21 km. Pensava que só iria presenciar super-atletas mas via muitos com aspecto e idade semelhantes a mim. Inclusive recordo-me duma atleta com aspecto de sexagenária. Como seria possível? 
6 meses depois...

24 de Setembro de 2006 



Esperava no tabuleiro da Vasco da Gama para realizar a Mini, enquanto via no corredor ao lado os atletas da Meia a passarem. Tomei então uma decisão: "Para o ano venho aqui mas vou passar naquele corredor".  Tinha um ano para me preparar.
Mas 6 meses depois...


18 de Março de 2007 





Afinal não foi preciso esperar 1 ano mas sim metade. Neste dia que comemorei ontem 10 anos, estreei-me numa Meia. Onde? No mesmo local onde fiz a minha primeira corrida, a Meia da Ponte. Sem experiência, abusei nos treinos na última semana e fiz a primeira parte como se duma corrida de 10 km fosse. Aos 13 dei um enorme estoiro e depois foi seguir como pude para a meta que cortei em 2.31.29 mas com grandes ensinamentos que me iriam ser muito úteis no futuro. 
Afinal, era meio-maratonista!


02 de Dezembro de 2007



Na minha 3ª Meia-Maratona, baixo das 2 horas de forma surpreendente num dia que tudo correu de feição. Desconhecia na altura que esses 1.56.35 seriam o record mais duradoiro que alguma vez tive. Durou 9 anos e 2 dias! (o tempo que aparece na foto é o tempo de prova, não de chip)

04 de Dezembro de 2016



Nos dois meses mais loucos em termos de resultados que alguma vez vivi, este era o dia que ia lutar para bater esse velhinho record. Foi a minha 49ª Meia e nas anteriores 48 apenas por 4 vezes tinha baixado das 2 horas. Além do record que vinha de 2007, as outras três foram de 3 em 3 anos (2010, 2013 e 2016). Queria bater a marca e, se possível, entrar no minuto 55. Loucura das loucuras, o chamado "sonho selvagem", era chegar ao 54. Menos do que isso, nunca me passaria pela cabeça por ser impossível.
Pois, e ainda hoje me custa a acreditar, marquei 1.52.38!!!

19 de Março de 2017 


Tudo sub 2 horas!

Quis o acaso que a minha Meia número 50 fosse disputada no dia a seguir a cumprir 10 anos da primeira e no mesmo local dessa estreia e mesmo da primeira corrida.

Antes do seu relato, uma pequena estatística das minhas 50 Meias-Maratonas.
Foram repartidas por 17 diferentes. A saber:


Lisboa (Ponte 25 de Abril)
8
Nazaré
6
Setúbal
6
Portugal (Ponte Vasco da Gama)
5
S.João das Lampas
5
Lisboa (Xistarca)
4
Descobrimentos
3
Moita
3
Almada
2
Almeirim
1
Coimbra
1
Évora
1
Figueira da Foz
1
Ovar
1
Palácios (Sintra)
1
Quarteira
1
SportZone (Porto)
1

E repartidas assim anualmente:


2007
3
2008
5
2009
1
2010
5
2011
5
2012
6
2013
5
2014
9
2015
5
2016
5
2017
1

Com excepção do ano de estreia e de 2009 (onde estive parado 6 meses por ter partido o pé), o mínimo são 5 anuais, com o máximo de 9 em 2014.

Sendo a Ponte a Meia onde mais participei, e com a carga histórica que tem, faltava-me fazer aqui um grande tempo. O melhor foi em 2013 com 2.08.35, o que significava o 23º lugar entre 49 na tabela dos meus melhores tempos. Quase na 2ª metade, enquanto todas as restantes 6 nessa metade de baixo. E dos 4 tempos mais fracos, 3 foram lá.

Assim, a intenção era realizar um tempo marcante, o que significava abaixo das 2 horas (1.59.59 chegava). Se o conseguisse, seria a 6ª Meia entre 50 a baixar das 2 horas. Mas se 3 foram repartidas por 2007, 2010 e 2013, estas 3 eram nos últimos 6 meses.

Sinto-me em forma, a dúvida era o calor que fazia. Quando estamos em período de calor, estamos mais ambientados, mas quando vem de repente, ressentimo-nos sempre.
Mas a táctica só podia ser uma. Correr para o tempo e logo se veriam as sensações.

Após um primeiro quilómetro mais lento pelo número de atletas, e onde perdi cerca de 40 segundos em relação ao que previa, logo a coisa estabilizou e coloquei o ritmo ideal para o pretendido.

Segui com a Isa e Vítor até sair da Ponte, depois adiantei-me um pouco. E até aos 12 quilómetros tudo foi perfeito. Nessa altura comecei a sentir os efeitos do calor. E a partir dos 13 foi sofrer até à meta. 

A sofrer mas a aguentar. Se não tivesse a "cenoura" do tempo, quase garantidamente que teria perdido ritmo, mas tentei manter. A média apontava para o minuto 57. Tinha 2 minutos de margem e se os gerisse nesses 8 quilómetros, poderia poupar-me até 15 segundos por quilómetro. Mas não quis! Continuei a aguentar o ritmo pelo menos um quilómetro mais (de cada vez) pois não sabia como iria reagir mais à frente e se precisava desses 2 minutos para compensar alguma quebra.

Quando vou a realizar um bom tempo, olho frequentemente para o relógio, forma de receber energia ao constatar o que vou a conseguir. E foi a tal que me agarrei. Pensava "pelo menos manter até ao 14, depois logo se vê". Aos 14, "pelo menos até ao 15, depois logo se vê". E por aí adiante.

Mas não se pense que foi fácil, muito pelo contrário. Sofri a bom sofrer para aguentar o ritmo. Mas pensava constantemente "olha a marca que podes fazer, olha a marca!". 
Uma prova que ia a sofrer, é que nem reparava na maioria dos atletas que passava, só quando me chamavam é que os via mas falando pouco, o que não é habitual em mim.

E quando dei por isso, estava a passar no tapete dos 20 km e a continuar a visar o mesmo tempo que apontava quando fiquei a "arder" com o calor. Foi só lançar a vela e deixar o embalo seguir até à meta que cortei em 1.57.15, o que foi uma grande felicidade e óptima maneira de comemorar a minha Meia nº 50!

Tal como em cima referi, foi a 6ª vez que baixei das 2 horas em 10 anos mas a 3ª nos últimos 6 meses. O 4º melhor tempo de sempre e o 2º melhor dos últimos 6 anos. 

Sem o calor, estou perfeitamente convencido que baixaria pelo menos um minutinho, no que seria a 2ª marca de sempre, mas o facto de ter vencido o calor, valeu por tudo!

Pela 5ª vez em Portugal, uma prova contabilizou mais de 10 mil classificados, sendo a 3ª consecutiva na Ponte, cujo record de 2015 com 10.561 foi hoje batido com os 10.582, tornando-se na 2ª maior de sempre, apenas atrás da S.Silvestre do Porto 2015 com 10.880

E pronto, é o que tenho a dizer desta Meia que, para mim, foi um marco histórico pela 50ª vez que alinhei e concluí uma prova de 21.097 metros.
No total foi a minha corrida nº 390 e costumo ouvir muitos atletas, quando se cruzam antes de qualquer partida, cumprimentarem-se com "mais uma...".   
Sei que é um "desbloqueador de conversas" como diria o Nuno Markl, mas o que é certo é que, seja qual for o evento, para mim nunca é mais uma corrida. É uma corrida! Corrida que me dedico com toda a paixão própria de quem corre por (muito!) prazer.





E para terminar, uma foto dos meus novos "pneumáticos". Como sempre, Adidas Supernova. Agora com modelo novo onde se destaca um novo piso, integralmente com borracha Continental, e 3 camadas de boost em vez de 2.
Durante a semana irei treinar com eles para fazer a rodagem e serão estreados no domingo na Corrida de Solidariedade ISCPSI / APAV

Uma boa semana a todos!

domingo, 5 de março de 2017

Nas Lezírias (travado pela lama)

Em plena Ponte (Foto Fernanda Silva)

Duas semanas após a Maratona de Sevilha, regressei à competição mas para uma corrida, supostamente, calma em ritmo de treino. Daqui a mais duas semanas, na Meia da Ponte que será a minha 50ª Meia, aí já será para ir num ritmo mais vivo.

A ideia era rondar o ritmo de 6.00 o que daria um tempo à volta de 1.33 (já que a prova tem 15.500 metros). Acabei em 1.28.52 o que indicia que fui um bocado mais rápido do que o idealizado mas o tempo não conta toda a história, longe disso.

Parti com o colega de equipa Aurélio. Éramos 4, além do Aurélio estava o Luís e o aniversariante Eberhard.

Até à Ponte de Vila Franca, mantive-me no ritmo pretendido. Na subida impus um ritmo melhor e senti-me bem, Quando dei por mim corria a um ritmo na casa dos 5.20 e a sentir-me confortável e sem grande esforço. Decidi então manter.

E assim fui até passar o oitavo quilómetro. Nessa altura o tempo estimado era uns não pensados (para a intenção da prova) 1.23/1.24 mas como sentia-me bem, tudo bem. E aconteceu o imprevisto.

A ir para a meta (Foto Marta Feio)
Nas últimas edições que estive presente, o regresso era pelo mesmo caminho da ida, que é em terra batida e que apenas ganha umas poças com a chuva. Este ano o regresso foi junto ao rio e aí o piso é diferente. E quando dei por mim, tinha um mar de lama em frente e a toda a largura do caminho. Com uns sapatos de estrada, não dava para arriscar, a menos que quisesse cair. Não me restou outra solução que andar nesses bocados e a tentar equilibrar-me. 

Foram cerca de mil e quinhentos metros nesse estado, onde andei mais do que corri. Quando pude retomar o andamento, tinha perdido 4 minutos em relação à média que vinha efectuando. E claro que, após essa paragem no ritmo, já não consegui retomar os 5.20 por km mas sim 5.30, o que perfez na meta os tais 1.28.52, muito melhor do que esperava, mas podendo a história ser outra sem aquele contratempo.

Sempre contente e feliz por correr (Foto Marta Feio)
Uma coisa é certa, e ainda na 3ª feira após o treino de homenagem à Analice escrevi isso. Nem todos somos iguais e a verdade é que não tenho jeito algum nem equilíbrio para este tipo de piso. Além de me deixar algumas mazelas, nomeadamente a nível de joelhos.

Como sempre, apreciei muito o ambiente e organização desta prova, uma corrida à antiga em tudo o que se possa extrair de positivo nesta afirmação. 
Foi a minha 8ª presença. Entre 2007 e 2014 apenas falhei 2009 pela fractura do pé esquerdo. Nos últimos dois anos a ausência deveu-se à preparação para as Maratonas de Paris e Barcelona. 
Gostei muito de regressar mas à saída fiz uma espécie de despedida. Estou a 3 anos dos 60, quero correr muitos e bons anos e para isso tenho que me preocupar com pisos que não me causem maleitas, como é o caso do que apanhamos nas Lezírias.



E ainda regressando à Maratona de Sevilha, como se devem recordar, dediquei-a aos meus "sobrinhos" Filipa e Tomás. Pois, e com a devida autorização dos pais, aqui está uma fotografia com a medalha e com os dois, ambos com um babete que afirma "Futuro Maratonista" (como está em espanhol diz maratoniano)